domingo, 27 de novembro de 2011

Marcha da maconha na USP

Artigo
Por Ellen Karen

Durante a primeira semana de novembro a Universidade de São Paulo (USP) vem sendo destaque na mídia nacional, tudo começou quando a policia reprendeu três alunos que estavam sentados na parada da USP fumando maconha. Alguns alunos que estavam no prédio de Filosofia, Letras Ciências Humanas (FFLCH) foram para cima dos policias para defender os seus “colegas” da policia. É bem capaz que maioria desses nem tinha conhecimento do porque da briga.
Muitos estudantes foram para cima dos policias que revidaram com bomba de pimenta e cassetada. “Pra que conversar o bom mesmo é partir para pancadaria”. Estava então declarada a guerra entre alunos e PM. Depois do ocorrido muitos alunos se reuniram na sala da administração do prédio FFLCH para uma assembleia, a grande maioria que estava presente votou a favor da presença dos policiais no campus, muitos alegaram que a presença deles era uma forma de está seguro dentro do campus, mais para uma minoria que ficou até o final, a policia não sabe lidar com estudantes e só sabe abordar de forma grosseira, então o voto foi um NÃO para permanência dos policias na USP.
Alguns estudantes e funcionários da USP invadiram a reitoria como ato de protesto contra a presença dos policiais. Permaneceram por lá até ontem (8), foi quando a PM cercou a reitoria e consegui retirar os estudantes de lá, claro a base de muito porrada. Os alunos foram levados a delegacia onde prestaram depoimentos, e se vocês acham que era só falar e ir embora seria muito fácil, eles só foram liberados após pagamento de fiança no valor R$ 39.240, valor pequeno né?!
Mais o que realmente vimos durante essas semanas? Estudantes lutando contra a violência dentro do campus ou um “bando” de meninos ricos e mimados que querem fumar maconha sem perturbação de ninguém.

sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Por Jeane Melo
Perfil

                             História que rende um livro

Com uma vida agitada entre os afazeres domésticos e os compromissos com a igreja, a ex-costureira e atualmente dona de casa, Marli Barbosa me recebe em pleno domingo para conversarmos um pouco sobre sua vida.
São 15 horas da tarde e como combinado toco a campainha da casa e sou recebida por ela. Com um lenço amarelo na cabeça, um vestido florido e uma colher de pau na mão, Dona Marli ou simplesmente “Tia Deta”, como é conhecida, me leva até a cozinha, pois prepara um chocolate quente para ser vendido nas barraquinhas da igreja em que frequenta.
A sexta filha do casal Manuel e Lindaura, Dona Marli nasceu em Aracaju, capital do estado de Sergipe. Em 1964 aos 16 anos juntamente com sua família veio para Brasília de onde não saiu mais. Hoje aos 63 anos, mãe de um casal de filhos, Sidnéia e o Sidnei e com três netos que são suas grandes paixões, a dona de casa se diz muito grata a Deus pela família que construiu ao lado do Seu Romão, com quem foi casada por mais de 34 anos. Mas, como na vida de Dona Marli nem tudo sempre foi alegria, em 2001 seu esposo veio a falecer vítima de um câncer.
Ao falar dessa fase de sua vida percebo nos olhos de Dona Marli uma tristeza profunda, mas sua filha que se encontra também na cozinha ajudando no preparo do chocolate trata logo de mandar a tristeza embora e comenta o sucesso da bebida. “Olha, não é porque é a minha mãe que faz não, mas o chocolate é bom, outras comunidades até nos procuram para saber a receita". Dona Marli aproveita a situação e complementa. “Mas tudo que é feito com amor fica gostoso, não tem jeito”.
Entre uma mexida e outra no chocolate para não “embolar”, Dona Marli me fala um pouco mais de sua rotina. Como mora com a filha e um neto desde a morte de Seu Romão, de segunda à sexta levanta às 5h30 da manhã para preparar o café da filha que sai para trabalhar as 6h30. Dona Marli a acompanha até a parada de ônibus e de lá segue para um posto de atendimento social que oferece para as famílias carentes pão e leite. A dona de casa faz questão de buscar os alimentos, principalmente o leite, pois o utiliza para fazer canjica ou chocolate quente para as festas da igreja.
Ao sair do estabelecimento, sempre passa por uma banca de jornal de onde não sai com pelo menos dois jornais, não porque aprecia a leitura, mas pelas promoções que muitas vezes esses jornais oferecem aos seus leitores.
Como gosta muito de conversar com a dona da banca passa horas no local e muitas vezes quando percebe já está na hora de preparar o almoço para o neto que estuda no período da tarde. A filha que está por perto aproveita o rumo da conversa e comenta. “Minha mãe às vezes esquece da vida, nunca vi uma pessoa conversar tanto, outro dia meu filho me ligou porque estava preocupado com a avó que havia saído e já era hora do almoço e ela ainda não havia voltado”.
Já as tardes Dona Marli frequenta o centro comunitário Santo Expedito, de onde é coordenadora, lá juntamente com mais três senhoras oferece gratuitamente à comunidade cursos de bordado, crochê e corte e costura.
Com uma conversa agradável, mas já próximo de Dona Marli se arrumar para ir à igreja combino com a mesma de nos encontrarmos outro dia para terminarmos nosso bate papo, mas antes de me despedir não resisto ao convite e experimento à bebida, e realmente posso comprovar, é gostosa mesmo!
Já no sábado seguinte, como combinado me encontro com Dona Marli, dia inclusive de pesagem na Pastoral da Criança em que a mesma também é coordenadora. A acompanho durante a amanhã e que loucura, crianças correndo para um lado e para o outro, mães pedindo ajuda para comprar um remédio ou alimento, Dona Marli numa correria danada para atender a todos sempre com muito zelo e carinho. No decorrer do dia paro para conversar com uma mãe que emocionada diz. “A tia Deta é uma benção que apareceu na minha vida, meu filho estava desnutrido e eu desempregada, não tinha como comprar se quer um pão, quando ela soube da minha história me recomendou a uma conhecida para que eu pudesse trabalhar como diarista, e olha que já se vão cinco anos com essa mesma pessoa”.
Dona Luzia, outra componente da pastoral e uma companheira de Dona Marli nas caminhadas dentro da igreja católica há mais de 30 anos fala do prazer em ser amiga dessa pessoa “tão espiritualizada” como ela faz questão de frisar. “A Marli é assim o tempo todo, sempre trata a todos com muita atenção e com uma alegria que dá gosto de ver”, e complementa. “Olha que nem quando ela passou por algumas tribulações como foi a perda do Seu Romão e de duas irmãs a vi cabisbaixa e mal humorada, ela é uma pessoa realmente do bem.
 No finalzinho do encontro espero Dona Marli guardar o material e fazer uma oração agradecendo a Deus por mais um dia e por todas as crianças e famílias que são atendidas pela pastoral. Despeço-me agradecendo pela atenção e a mesma com um sorriso no rosto diz. “ Quando precisar é só me procurar, estou pensando até fazer um livro, quem sabe você não me ajuda?”. A respondo prontamente. “Será uma honra, e pode ter certeza, a história de vida da senhora dá um livro”.

Por Jeane Melo
Artigo: Política

E o dinheiro pra onde vai?

No centro do poder aquisitivo do país muitas dúvidas surgem quanto à situação financeira da população brasiliense, em que uma parcela significativa vive com uma renda mensal de pouco mais que um salário mínimo, ou seja, R$ 545,00.
E isso não ébalela, ou dizer que a população brasiliense é miserável não, são simplesmente estatísticas e pesquisas que mostram  que cerca de 250 mil pessoas vivem com até, dois salários mínimos por mês no DF. Parece pouco comparado ao total da população estimada em 2.609.997 pessoas. Mas se analisarmos o quantitativo de  desempregados, você vai perceber que não é . Atualmente na capital do país existem 176 mil pessoas desempregadas, segundo dados divulgados, em setembro, pela Pesquisa de Emprego e Desemprego (PED).
O mais interessante não é saber o quanto ganha essa parcela da população, mas pra onde vai o dinheiro arrecadado nas tarifas de água, luz, IPTU e alimentação. Até porque, em meio a tantas dívidas e impostos a pagar surge à indagação: Por que essa população que sobrevive com um salário mínimo presta contas ao governo, enquanto o próprio governo não faz?
A mídia, como um meio de veiculação de notícias para as mais diversas classes, informa frequentemente o desvio do dinheiro público por aqueles que deveriam zelar, ou pelo menos fazer bom uso em benefício do povo. Mas, essa mesma mídia, não mostra o destino do dinheiro arrecadado. Porém, se pesquisarmos um pouco, encontraremos páginas do governo explicando para onde vai essadinheirama.
Exemplos podem ser encontrados no site da Receita Federal, que diz que a arrecadação é fundamental para promover o crescimento econômico e o desenvolvimento social do País.
O dinheiro que  pagamos em impostos é utilizado diretamente pelo Governo Federal, e  parte considerável retorna aos estados e municípios para ser aplicada nas suas administrações para a manutenção e custeio de gastos na área da saúde, educação, programas de transferência de renda e de estímulo à cidadania, como o Fome Zero e o Bolsa Família.
Será mesmo? infelizmente não é isso que vemos, a ideia é boa, mas a prática onde fica?
          Escândalos e mais escândalos vêm envolvendo a pasta do governo atual. caíram os ministros da Agricultura, dos Transportes, da Casa Civil, do Turismo e o mais recente ministro a entrar na lista, o do Esporte, Orlando Silva. E quem diga, que o próprio governador do Distrito Federal, Agnelo Queiroz, venha fazer parte também, dessa mudança .
 Cá entre nós... Por mais explicações que venham a ser feitas: onde fumaça, fogo!
 E o que falar dos senadores que recebem um salário médio de R$ 16 mil, além de auxílio moradia, combustível, carro oficial, verba indenizatória com despesas de gabinete, como: lápis, papel, funcionários, Ufa!!! Enfim, é melhor não citar os  deputados federais e distritais, eles trabalham muito e não é mais que justo receber esses pequeninosbenefícios, não é mesmo?
Mas e a população, onde fica e o que ganha com essa história? Nada, muito pelo contrário, ficamos sem reação, pois infelizmente não temos voz ativa. E por mais que esses ministros, deputados, senadores etoda essa gentesaia do governo, o dinheiro, voltará aos cofres públicos? Que nada!
Por isso minha gente, olho neles e consciência na hora do voto, porque o que não é vermos tanta sujeira e esperarmos que a casa se arrume sozinha.