quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Perfil

Postura de menina e alma de mulher
                                                                                     Por: Lorena Martins
Slip on xadrez no pé, um shortinho jeans azul, camisa básica branca, anéis, pulseiras e brincos usados de maneira bem sutil. No rosto a maquiagem estava bem feita, o lápis preto delineava os traços dos seus grandes olhos. Os cílios alongados ajudavam à marcar os olhos expressivos, na bochecha um leve blush e nos lábios um batonzinho rosa que vinha acompanhado de um doce sorriso. Tudo isso em uma menina de dezoito anos com estatura comum, nariz afinado, de natureza magra e estrutura óssea média. Cabelos um pouco abaixo do ombro, com mexas loiras e lisas acentuavam o rosto redondo. Este foi o jeito que a estudante de biomedicina Ercília Emanoele se apresentou à entrevista. Mostrava seu jeito extrovertido ao dar gargalhadas exageradas com muito quê de alegria. Entre uma pergunta e outra a história com o passar do tempo, começou a dar pistas do porque tanta alegria. Ercília tem postura de menina e alma de mulher.

Passou a infância em Alto Paraíso de Goiás, mas a cidade em que cresceu não oferecia nenhuma estrutura para o crescimento profissional.  Ercília é a filha do meio, entre os três filhos que os seus pais têm. Pensando no melhor para eles, os pais encaminharam os três para a capital do Brasil. Ercília tinha catorze anos quando chegou ao Gama, aqui, no primeiro momento morou com a avó, tia, primos e irmãos e cursou todo o ensino médio em colégio da rede pública.

“Apesar de ser uma escola pública, eu percebi que o ensino era melhor do que na minha cidade.”

Não foi fácil para ela e os irmãos viverem longe dos pais e lidarem com o modo de vida diferente da sua avó, tia e primos. Mas, com o tempo Ercília foi se acostumando e compreendendo que essa mudança radical e dolorosa é para um bem maior.

“A saudade é muita, mas sei que isso é para o meu crescimento profissional e para o meu crescimento pessoal.”

Entre idas e vindas da vida, Ercília, hoje mora só com os dois irmãos e cursa o segundo semestre de biomedicina. Ela não trabalha, mas cuida das responsabilidades da casa, tarefa essa, que não é fácil.

Acompanho a rotina de Ercília, acorda às 8 horas e organiza a casa, de segunda à sexta. Quando dá tempo ler alguns materiais da faculdade, às 11 horas começa a fazer o almoço, logo após isso toma banho e se organiza para a faculdade. Ercília estuda no período vespertino, na Faculdade Anhaguera, localizada em Taguatinga. Depois de almoçar desce até a rodoviária para pegar o ônibus que sai 12h40. A aula tem início às 14h, mas antes disso ela sempre tem um tempinho para bater dois dedinhos de prosa com as amigas da Faculdade. De vez em quando as aulas são cansativas e o cansaço também transparece no rosto, mas mesmo assim, Ercília segue em frente de cabeça erguida.

 Quando sai da faculdade às 17h40, ela e as amigas vão para a parada de ônibus, este já é horário de pico, então os ônibus sempre estão cheio, e é um desses ônibus lotado que Ercília pega para voltar para a casa, o percurso dura uns quarenta minutos, quando desce na parada, ainda anda um bom caminho até chegar ao seu prédio. Depois que retorna da faculdade, basicamente quase no período da noite, ela se destina a um bom banho, um lanche, computador, televisão, livros e uma conversa com os irmãos.
Com dezoito anos, ela leva a vida de uma forma diferente de vários outros adolescentes que tem a mesma idade, teve que aprender a ser responsável ainda muito jovem. Mesmo com a vida muito corrida, Ercília é muito vaidosa e sempre sobra tempo para dá um tapa no visual.

Durante todo o nosso bate papo a Ercília não economizava nos sorrisos e no final não foi diferente, da mesma forma que me recebeu, também concluiu o bate papo. Eu resolvo perguntar o motivo de sempre está sorrindo, após pensar um pouquinho, ela me surpreende com a seguinte resposta.
“Da vida a gente só leva felicidade. O sorriso é o melhor remédio que existe é muito mais fácil passar por todos os obstáculos sorrindo do que ficar se lamentando, por que a vida e tão curta.”





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