quarta-feira, 9 de novembro de 2011

O segredo para chegar às bodas de diamante

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Autor: Thiago Costa

Domingo de manhã é sagrado para o casal Damasceno, é dia de missa em uma igreja no Gama. Um ritual que é cultivado há, pelo menos, dez anos. Quem olha os dois, sorridentes e com boa prosa, não imaginam as dificuldades enfrentadas para manter o longínquo casamento.

A três anos de completar seis décadas de união, eles contam um pouco dessa vivência. Dona Amaraldina Antunes Damasceno, 80, conheceu seu Erotides Gouvêa, 83, na cidade histórica de Paracatu. “Quando casamos as coisas eram bem difíceis, mas tínhamos amor para superar tudo”, conclui já chegando à paróquia.
O lugar é estrategicamente escolhido para não perder nenhuma palavra do padre. Durante quase uma hora, o par permanece sempre com as mãos entrelaçadas, atentos a todos os conselhos do sacerdote.

No caminho de volta a casa, pergunto se após todos os anos de casado eles ainda continuam apaixonados e a resposta vem dos dois: “O amor nunca diminuiu, somos unidos até nas discussões”, concluem.
Ao chegar à residência, por volta do meio-dia, uma das netas, Priscila Damasceno, já tinha terminado o almoço. Na mesa silêncio, que logo é quebrado pela jovem, “eles são muito unidos, fazem tudo junto, tenho uma ponta de inveja dos dois”, completa sorrindo.

Terminada a refeição sentamos no, confortável, sofá da sala de estar. Dona Dina, como gosta de ser chamada, fala o que os motivou a deixarem o estado de origem para tentar uma nova vida em Brasília: “Já tínhamos duas filhas e achamos, pelo bem delas, ir para um lugar onde as oportunidades fossem melhores” e seu Erotides emenda: “Nos apoiamos e, graças a Deus, nossa decisão foi a melhor. Hoje temos seis filhas e muitos netos, que recebem uma boa educação”.

Na despedida, ao final da tarde, pergunto ao simpático casal se existe uma fórmula para se viver tanto tempo ao lado de uma pessoa e, novamente, tenho uma resposta, quase simultânea de ambos: “O segredo é querer, tomar uma atitude, casamos para sermos casados. O que Deus juntou o homem não separa, e isso está mantendo nosso casamento até hoje”, contam. 


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